Se você ou alguém da sua família recebeu um diagnóstico de doença da tireoide ou tem dúvidas sobre essas doenças e seus sinais e sintomas, continue lendo.
O que é Tireoide?
A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, logo abaixo do pomo de adão, que produz hormônios importantes para a regulação de funções do organismo. Todos nós possuímos tireoide e o bom funcionamento dela é fundamental para a nossa saúde.
Hipotireoidismo: Causas, sintomas e tratamento
O hipotireoidismo é a síndrome clínica decorrente de redução da concentração ou de ação dos hormônios tireoidianos em nosso corpo, resultando em queda do metabolismo e prejuízo das atividades biológicas que dependem do estímulo dos hormônios tireoidianos para acontecerem.
Essa doença é bem mais comum em mulheres e aumenta com a idade, mas também pode acometer homens e crianças.
Os principais sinais e sintomas do hipotireoidismo são:
- Cansaço, astenia, fraqueza, indisposição;
- Sonolência;
- Pele fria e seca;
- Cabelos finos e secos, queda de cabelo;
- Fragilidade das unhas, cabelos, perda de cílios e sobrancelas;
- Retenção de líquido e edemas;
- Dificuldade de perder peso;
- Perda de apetite;
- Intolerância ao frio;
- Lentificação do raciocínio e da fala;
- Irregularidade menstrual ou ausência de menstruação;
- Redução da libido (desejo sexual);
- Constipação intestinal;
- Alterações de humor, como depressão;
- Déficits de memória e atenção;
- Dores nas articulações;
- Risco aumentado para glaucoma;
- Apneia obstrutiva do sono;
- Síndrome do túnel do carpo.
A principal causa do hipotireoidismo é a Doença de Hashimoto, uma doença auto-imune na qual anticorpos produzidos pelo nosso sistema imune “atacam” a tireoide, provocando uma inflamação crônica e destruição do seu tecido. Outras causas são: tratamento prévio com iodo para hipertireoidismo, radioterapia na região do pescoço, uso de medicamentos tóxicos para tireoide, uso de lítio ou medicamentos ricos em iodo (como a Amiodarona), cirurgia prévia para retirada total da tireoide ou ainda defeitos congênitos que atrapalhem a produção e liberação dos hormônios tireoidianos.
Caso você note algum desses sintomas ou apresente fatores de riscos para desenvolver hipotireoidismo, é interessante visitar seu Endocrinologista.
O tratamento envolve o uso diário de medicação para reposição dos hormônios que não estão sendo produzidos da maneira correta. A dose da medicação deverá ser avaliada periodicamente pelo seu médico e alterada caso seja necessário.
Hipertireoidismo: Causas, sintomas e tratamento
O hipertireoidismo é exatamente o oposto do hipotireoidismo. Nesse caso a tireoide está produzindo os hormônios T3 e T4 em quantidades elevadas. Com isso, nosso metabolismo fica acelerado, com hiperfunção dos órgãos, que podem entrar em falência.
A principal causa do hipertireoidismo é a Doença de Graves, que assim como a tireoidite de Hashimoto também é causada por anticorpos. Mas nesse caso, os anticorpos que se ligam a tireoide não a destroem, pelo contrário, a tornam hiperativada por estimularem excessivamente os receptores da glândula.
Dentre as causas de hipertireoidismo, temos:
- Doença de Graves (já citada);
- Nódulos tireoidianos produtores de hormônios (bócio nodular tóxico ou bócio multinodular tóxico);
- Inflamação subaguda da tireoide (na qual ocorre destruição da tireoide e liberação dos hormônios pré formados);
- Ingestão excessiva de iodo;
- Uso de medicações ricas em iodo (como Amiodarona)
Como já dito, no hipertireoidismo o metabolismo e as funções dos órgãos se tornam exacerbadas, sendo os principais sinais e sintomas listados abaixo.
- Perda de peso;
- Aumento da fome;
- Palpitações e arritmias;
- Aumento da pressão sistólica;
- Insuficiência cardíaca congestiva (edema nos membros inferiores, falta de ar);
- Tremores;
- Pele fria e pegajosa;
- Intolerância ao calor e sudorese excessiva;
- Fraqueza muscular;
- Diarreia ou aumento do ritmo intestinal;
- Alterações do humor, como irritabilidade e nervosismo;
- Insônia;
- Aumento do pescoço, também chamado de bócio;
- Alterações nos olhos, como vermelhidão, lacrimejamento, dor e exoftalmia (“olhos para fora”)
Ao perceber algum desses sintomas, o mais indicado é procurar um Endocrinologista para que ele faça uma avaliação clínica e solicite os exames necessários para o diagnóstico do hipertireoidismo, pois muitos desses sinais e sintomas também podem ocorrer em outras condições.
Existem três modalidades de tratamento para o hipertireoidismo: medicamentos, iodoterapia (explicaremos mais detalhadamente em outro momento), ou cirurgia.
Os medicamentos utilizados atuam diminuindo a produção de hormônios pela tireoide . Com eles, é possível controlar o hipertireoidismo e levar a remissão da doença em uma parte dos pacientes (30 a 50% dos casos), com a suspensão após 12 a 18 meses de uso.
Já a iodoterapia é a ingestão de iodo radioativo por via oral, que irá, na maioria das vezes, resolver o hipertireoidismo, podendo, no entanto, levar a destruição permanente desta glândula, causando hipotireoidismo. Nesse caso, será necessário adotar o tratamento do hipotireoidismo decorrente da iodoterapia (reposição diário do hormônio tireoidiano – levotiroxina).
A cirurgia, por sua vez, é a terceira modalidade de tratamento e consiste na retirada de toda a glândula tireoide (tireoidectomia total), o que resolverá o hipertireoidismo mas levará ao hipotireoidismo. A tireoidectomia é indicada quando existe alguma contraindicação ao tratamento com iodo radioativo, e deve ser realizada por um cirurgião de cabeça e pescoço, que é o especialista nesse tipo de cirurgia.
Todos os tratamentos devem ser discutidos com seu médico endocrinologista que é o melhor profissional para te orientar sobre o seu caso em específico.
Nódulos tireoidianos: Causas, sintomas e tratamento
Um nódulo tireoidiano é uma lesão dentro do tecido da tireoide que tem características radiologicamente distintas do tecido ao redor. Pode ser palpável ou não, dependendo de seu tamanho e profundidade e da experiência de quem palpa.
O mecanismo de formação de um nódulo tireoidiano é pouco entendido. Acredita-se que fatores de crescimento (como o hormônio estimulador da tireoide) atuem diretamente nas células foliculares da tireoide. Parece que esses fatores estão também envolvidos em mutações que, em muitos casos, determinariam o surgimento da doença nodular tireoidiana.
Mulheres e idosos são mais propensas ao surgimento de nódulos, que na maioria dos casos não provocam sintomas. Em casos de nódulos grandes o paciente pode sentir dificuldade de engolir, mudança na voz ou até mesmo falta de ar.
A grande importância no diagnóstico e acompanhamento dos nódulos tireoidianos, apesar de a maioria representar lesões benignas, é descartar a possibilidade de câncer da tireoide, que ocorre em 5 a 10% dos casos em adultos e em até 26% em crianças. O fato de mais de um nódulo não aumenta o risco de câncer, mas sim o seu tamanho e características.
Os nódulos poderão ser identificados pelo seu médico endocrinologista durante uma consulta de rotina, mesmo que você sequer tenha apresentado sintomas, uma vez que é parte da consulta a palpação da sua tireoide justamente visando identificar possíveis alterações.
Após a identificação de um nódulo tireoidiano, será preciso realizar exames como: ultrassonografia, nível de TSH e outros hormônios relacionados à tireoide. A punção de tireoide nem sempre é necessária, dependendo do tamanho e das características ultrassonográficas do nódulo. Quando indicada, seu Endocrinologista realizará o exame no próprio consultório, pois é um procedimento rápido e simples.
Caso o seu nódulo seja benigno e não esteja causando sintomas, o médico poderá indicar apenas o acompanhamento do crescimento desse nódulo. Caso existam sintomas, o nódulo seja cancerígeno ou esteja produzindo hormônios o médico poderá indicar a cirurgia para remoção do mesmo.
O acompanhamento da sua tireoide é parte importante da sua rotina de saúde, visando garantir que seus hormônios estejam em níveis adequados para que você possa usufruir de qualidade de vida e bem-estar.