Dislipidemia e Elevação do Colesterol

Uma das alterações mais comuns em exames de sangue é a elevação das taxas de colesterol e triglicerídeos.

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Dislipidemia – Entenda a Elevação do Colesterol

Uma das alterações mais comuns em exames de sangue é a elevação das taxas de colesterol e triglicerídeos.

Apesar de ser uma doença que não apresenta sintomas, o colesterol elevado é traz sérios riscos à saúde e precisa ser tratado, sempre contando com a ajuda de um Endocrinologista ou Cardiologista.

Causas da elevação do colesterol

A elevação do colesterol é um problema com múltiplas causas, e de acordo com a causa, as dislipidemias podem ser classificadas como: primárias, quando decorrentes de alterações genéticas, ou secundárias, quando desencadeadas por outras doenças (obesidade, resistência à insulina, alterações hormonais), fatores ambientais (alimentação, principalmente) ou intervenções medicamentosas.

Entretanto, é importante estabelecer a época de seu diagnóstico, assim como pesquisar, nos familiares em primeiro grau (pai, mãe e irmãos), a presença dessa enfermidade, de diabetes e de infarto ou AVC prematuros. Além disso, deve-se investigar, no paciente, o uso de medicamentos ou doenças que possam levar à dislipidemia secundária.

Abaixo estão listadas algumas causas de dislipidemia:

  • Histórico familiar de dislipidemia;
  • Histórico familiar de Infarto ou AVC prematuros
    • Parentes homens com < 55 anos
    • Parentes mulheres com < 65 anos
  • Obesidade;
  • Diabetes descompensada;
  • Problemas hepáticos;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Insuficiência renal;
  • Terapias com estrógeno;
  • Uso de anabolizantes;
  • Acromegalia (tumor produtor de GH);
  • Hipotireoidismo;
  • Medicamentos.

Assim, é preciso destacar que as pessoas que possuem o histórico familiar de elevação do colesterol e, principalmente, de infarto ou AVC prematuros em familiares de primeiro grau, precisam manter consultas regulares com Endocrinologista com o objetivo de diagnosticar precocemente a doença e estabelecer o tratamento adequado para evitar complicações, uma vez que está associado a aumento do risco cardiovascular, como explicaremos adiante.

Riscos da elevação do colesterol e dos triglicerídeos

O maior risco do colesterol alto que não está sendo tratado é o aumento considerável da possibilidade de ocorrerem eventos cardiovasculares, decorrentes da aterosclerose (doença das artérias provocadas pelo aumento do colesterol – a famosa “placa de gordura”).

As placas formadas impedem o fluxo adequado do sangue para órgãos vitais, como o coração e o cérebro, podendo ocasionar infarto ou AVC e deixar sequelas para o resto da vida. Para ficar mais claro, imagine uma mangueira na qual impurezas se depositam no seu interior.

Chegará um momento em que essas impurezas se acumularão e impedirão a passagem da água, que não chegará até a plantação. Essa analogia torna mais fácil a compreensão de como o colesterol elevado pode ser prejudicial aos nossos principais órgãos.

Os triglicerídeos, por sua vez, quando muito elevados (acima de 500mg/dl) podem também trazer risco de pancreatite aguda, que é uma condição grave e que requer cuidados intensivos.

Existe um nível ideal de colesterol?

Sim! Mas isso depende de vários fatores e varia de pessoa para pessoa. Na consulta com o Endocrinologista, ele irá calcular qual é o seu risco cardiovascular, a partir de dados como idade, sexo, doenças cardiovasculares prévias, presença de diabetes, tabagismo e hipertensão, e dos níveis de colesterol.

A partir desse cálculo, o paciente poderá ser classificado como ‘muito alto risco’, ‘alto risco’, ‘risco intermediário’ e ‘baixo risco’. Após a classificação de risco, será possível dizer qual o nível ideal do seu colesterol ruim (LDL) para prevenir eventos cardiovasculares e morte por esses eventos.

Quais os sintomas da elevação do colesterol?

É importante salientar que o aumento do colesterol é um problema de saúde que não costuma apresentar sintomas. Níveis muito elevados de colesterol, no entanto, podem levar a alterações no exame físico, especialmente na pele, nos tendões e na íris dos olhos.

Na maioria dos casos, portanto, somente exames laboratoriais serão capazes de oferecer o diagnóstico de dislipidemia.

Se seus familiares apresentam histórico de elevação do colesterol ou de doença cardiovascular prematura (já explicado acima), e também se você possui outros fatores de risco para dislipidemia e doenças cardiovasculares (obesidade, diabetes, tabagismo, etc), é importante realizar consultas regulares com o Endocrinologista e checar periodicamente seus níveis de colesterol.

Tratamentos e cuidados através da Endocrinologia

O tratamento das Dislipidemias envolve mudança do estilo de vida, com alimentação adequada e atividades físicas regulares, bem como tratamento medicamentoso, com o objetivo de trazer os níveis de LDL para dentro da meta ideal (como explicado anteriormente).

Vale ressaltar que apenas 20% do nosso colesterol é proveniente da dieta, sendo os outros 80% produzidos pelo nosso próprio corpo (endógeno). Por isso muitas vezes será necessário associar medicamentos à mudança do estilo de vida.

A principal classe de medicamentos utilizada para o tratamento da dislipidemia são as estatinas, que já foram amplamente estudadas e mostraram benefícios inquestionáveis para prevenção de eventos cardiovasculares e morte por esses eventos quando bem indicada.

Nos casos em que há elevação do LDL e também dos triglicerídeos acima de 500, o seu médico poderá optar por associar outros medicamentos ao tratamento com estatinas.

Vale lembrar que o tratamento é CONTÍNUO e que interrompê-lo sem orientação do seu Endocrinologista poderá colocar a sua saúde em risco.