De acordo com vários relatos, incluindo os do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), pacientes com DM2 e síndrome metabólica podem ter risco dez vezes maior de morte quando contraem COVID-19.

A hiperglicemia e o diagnóstico de DM2 são preditores independentes de mortalidade e morbidade em pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave. Isso porque esses pacientes apresentam um estado de inflamação metabólica que os predispõe a uma maior liberação de citocinas (fatores inflamatórios).

COVID-19 e Diabetes

Para o COVID-19, uma tempestade dessas citocinas contribuem para a falência de múltiplos órgãos em pacientes com doença grave.

A inflamação metabólica também compromete o sistema imunológico, reduzindo a capacidade do organismo de combater a infecção, prejudicando o processo de cicatrização e prolongando o processo de recuperação.

Portanto, a combinação de infecção por coronavírus e Diabetes tipo 2 desencadeia uma resposta imune desregulada, resultando em uma patologia pulmonar mais agravada e prolongada.

Além disso, no pâncreas, a ligação do coronavírus SARS (SARS-CoV, que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave) ao seu receptor danifica ilhotas e reduz a liberação de insulina.

Da mesma forma, o Diabetes tipo 2 induz a expressão de enzimas conversoras de angiotensina em outros tecidos, incluindo pulmão, fígado e coração, o que explica por que a doença pode contribuir mecanicamente para a falência de múltiplos órgãos nas infecções por COVID-19.

Em conclusão, o COVID-19 não é primariamente uma doença metabólica, mas o controle metabólico da glicose, dos níveis lipídicos e da pressão arterial são fundamentais nesses pacientes.

Referência: https://doi.org/10.1038/ s41574-020-0353-9